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Cristiane dos Santos, que mora há 6 anos no Beira é uma das contempladas com um apartamento do CDHU |
Os moradores do Beira Rio que vivem à
margens do Córrego dos Cavalos, na divisa de Arujá com Guarulhos estão na
expectativa de receberem as chaves dos apartamentos do CDHU até o mês de
setembro. Pelo menos é isso o que prometeu o Secretário Estadual da Habitação,
Rodrigo Garcia, afirmam os moradores. Os
prédios do CDHU do Jardim Emília (Arujá) estão praticamente prontos, só faltam
alguns detalhes de acabamento. Seriam 340 apartamentos que estariam
disponíveis. O local é denominado Beira
Rio justamente por as casas terem sido construídas às margens do Córrego dos
Cavalos na divisa de Guarulhos com Arujá.
Cristiane dos Santos, 43 anos, que reside
há seis anos no Beira Rio, disse que funcionários do CDHU compareceram no
bairro e cadastraram as famílias. “Agora nós temos que ir na quinta-feira
(18/08) até o CRAS da prefeitura no Jardim Emília levar a documentação pessoal
e assinar o contrato”. Questionado quando as famílias começariam a se mudar,
ela disse que os “funcionários do CDHU informaram que até o fim de setembro
todas as famílias cadastradas se mudariam”. Cristiane disse que perdeu as
contas de quantas vezes sua casa foi inundada com a enchente do córrego: “Acho
que foi mais de 30 vezes, perdi meus móveis e as coisas de casa várias vezes”.
Outra moradora, Andréia Alves tem três
filhos menores e reside no Beira Rio há 13 anos, relatou que esteve no gabinete
do Rodrigo Garcia, acompanhado do vereador de Arujá, Gil do Gás e outros
membros da comunidade. De acordo com afirmações da Andréia, o secretário
Rodrigo Garcia afirmou que os moradores seriam contemplados de forma
emergencial com os apartamentos do CDHU do Jardim Emília. “Ele confirmou que
até setembro deste ano estaríamos mudando para o CDHU”. Ela disse também que a
informação é que depois da mudança dos moradores, todas as casas serão
demolidas e o córrego será desassoreado e passará por limpeza.
Andréia também falou um pouco sobre o
drama das enchentes que atinge todo os moradores do Beira Rio: “No fim de ano
quando começa o verão é terrível, as pessoas ficam tensas, pois nessa época
começam as chuvas e temporais. Quantos natais passei sem comemorar, pois tinha
medo de sair de casa para comemorar com parentes e amigos, e começar a chover.
Quando chove forte, o córrego enche e as águas descem com velocidade,
violência, em poucos minutos inundam a maioria das moradias da comunidade, as
crianças entram em pânico, somos obrigadas a colocar elas em cima da mesa, em
qualquer lugar alto, por isso estamos muito esperançosos de sair daqui e ir
para o CDHU”. Andréia disse ainda que o Secretário de Habitação do Estado, não
sabia da existência das mais de 100 famílias que compõe o Beiro Rio. “Ele falou
que no mapa existe apenas um córrego aberto”.
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Situação de vulnerabildade e de alto risco. Caso do Beira Rio é de saúde pública também. Casas serão demolidas, depois que moradores desocuparem a área |
ÁREA É DE
RISCO E INSALUBRE
Há 25 começou
uma invasão tímida às margens do Córrego dos Cavalos, na divisa de Arujá
(Recanto Primavera) com Guarulhos (bairro do Aracília). Além de casebres
construídos às margens do curso d’água, começaram a se erguidas casas
(sobrados) em cima de córrego, ou seja, a edificação vai de uma margem à outra.
Hoje o trecho do córrego que está ocupado pelas casas vai do Recanto Primavera
até próximo a Rodovia Presidente Dutra, bairro Aracília. Com o passar dos anos
o córrego foi assoreado e as casas que foram erguidas sobre o curso d’água,
acabam represando o córrego, complicando ainda mais as enchentes no Beira Rio.
O local é considerado de risco. Boa parte das famílias que residem no Beira Rio
chega a sofrer até quatro enchentes por ano. A perda de móveis e eletrodomésticos
é uma rotina para os moradores. Pelo menos cinco casas estão condenadas pela
Defesa Civil de Guarulhos, pois desabaram parcialmente depois de forte temporal
ocorrido no último verão. O lugar também é insalubre – questão de saúde pública
– pois os dejetos são lançados diretamente no córrego. A maioria das casas
contém umidade. A estimativa é que mais de 100 casas foram construídas ao lado
córrego. Agora todos estão esperançosos pelos novos apartamentos do CDHU.
NOTA DA
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URNBANO (CDHU)
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Apartamentos do CDHU do Jardim Emília em Arujá, onde os moradores do Beira Rio irão morar |
A Companhia
de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) informa que, entre os dias 11 e
12 de agosto, realizou o cadastro das famílias que vivem em área de risco às
margens do Córrego dos Cavalos, no local denominado Beira-Rio, em Arujá. Foram
aferidas 103 famílias, que entregaram a documentação solicitada pela CDHU para
avaliação. Após análise, aquelas que se enquadrarem nos critérios de
atendimento habitacional estabelecidos pela Companhia serão contempladas com
unidade habitacional disponível no empreendimento Arujá C1. O residencial é
composto por 391 imóveis, sendo que a previsão é que 170 moradias sejam
entregues até setembro e outras 221 até dezembro de 2016. Assim que as unidades
estejam prontas, serão iniciadas as mudanças. As primeiras famílias deverão
receber as chaves na primeira quinzena de outubro deste ano. O valor mensal a
ser pago pelos beneficiados será calculado com base na renda familiar
comprovada pelos integrantes, que varia de 15% a 30% dos rendimentos. Conforme
previsto em acordo firmado com a prefeitura de Arujá, as antigas casas
localizadas no Beira-Rio serão demolidas tão logo sejam desocupadas.