Kleber disse que o atendimento na UPA e na Santa Casa foi muito bom, o problema foi a demora na transferência e os problemas relacionados à ambulância |
O ano mal começou o novo prefeito mal assumiu a
prefeitura, mas as reclamações contra os serviços municipais já começaram. Uma
família moradora do bairro Vila Nova acusa a prefeitura de Santa Isabel pela
morte de um bebê de 18 dias. O que teria supostamente ocasionado a morte do
recém nascido seria o serviço de ambulância prestado pela prefeitura do
município. Pelo menos é isso o que afirma o gráfico Kleber Aparecido Morais, 32
anos, pai do bebê de 18 dias. Ele disse que a prefeitura de Santa Isabel não
tem nenhuma ambulância UTI, e mesmo a ambulância convencional não tem condições
de atender adequadamente os pacientes da cidade, pois os equipamentos não
funcionam, pelo menos no caso do filho dele não funcionaram.
Ele relatou que no domingo (dia seis de janeiro de 2012) seu
filho (Rafael Vinagre Rodrigues de Morais, de 18 dias) faleceu no Hospital
Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba. A causa da morte teria sido broncopneumonia
e uma parada cardiorrespiratória. O pai
explicou que sua esposa teve uma gravidez normal. “O bebê nasceu com saúde no
dia 20 de dezembro de 2012”. Porém, ressaltou, que passado 15 dias de vida, o
bebê não estava bem e apresentava febre. “Levamos o Rafael para a UPA de Santa
Isabel no dia quatro de janeiro de 2012, depois ele foi transferido para a
Santa Casa onde ficou internado. O quadro de saúde da criança estava se
agravando. O médico disse que o Rafael teria que ser removido para algum
hospital da região, pois a Santa Casa não tinha recurso para o tratamento do
bebê”.
Kleber disse que os problemas começaram a partir desse
momento, ou seja, conseguir um hospital para transferir seu filho e depois os
problemas relacionados à ambulância. Ele informou que quando a direção da Santa
Casa conseguiu um hospital para transferir o bebê (Hospital Santa Marcelina, em
Itaquaquecetuba) o seu otimismo logo se transformou em angústia.
“Assim que a ambulância chegou, meu filho foi colocado
dentro do veículo, acompanhado de um médico e dois enfermeiros. Fui seguindo a
ambulância no meu carro. Quando a ambulância ia entrar na Dutra (Rodovia
Presidente Dutra, no trevo de Santa Isabel, sentido São Paulo) o motorista
parou o veículo”. Kleber continua o relato. “Não entendi o que aconteceu, então
saí do carro e através do vidro traseiro da ambulância, pude perceber que meu
filho estava sendo reanimado, ele recebia massagens cardíacas do médico.
Naquele momento pensei no pior, achei que meu filho tinha morrido. O motorista
com a cirene ligada voltou em alta velocidade para a Santa Casa. Ouvi os
funcionários falarem (motorista e enfermeiros) que a parte elétrica a
ambulância (que alimenta) os equipamentos de uma UTI (improvisada) não estavam
funcionando, o problema seria carga da bateria. O bebê foi salvo devido ao
procedimento do médico”, disse o Kleber.
Mas o drama da família continuaria. “Eu disse na Santa
Casa que naquela ambulância meu filho não entraria mais, o próprio médico falou
que ele (a criança) precisava de veículo com equipamentos de UTI”. O pai disse
então que foi solicitada ambulância do SAMU. “Depois de muita espera e burocracia
a ambulância do SAMU chegou, mas não adiantou nada, pois além de não ter
equipamentos de UTI, a família foi avisada que o SAMU não poderia levar
pacientes de um município para outro”. Por fim, relatou o pai, depois de quase 24
horas, o recém nascido finalmente foi transferido (de forma precária) na
ambulância da prefeitura, a mesma que deu problema. “Devido a demora na
transferência o quadro de saúde do meu filho se agravou bastante e os médicos
do Hospital Santa Marcelina fizeram tudo para salvar a vida dele, mas já era
tarde”, disse o pai.
Kleber, entretanto, isenta os profissionais da saúde da
UPA e da Santa Casa. “O atendimento foi bom na UPA e na Santa
Casa, os médicos e enfermeiras foram atenciosos e fizeram de tudo para salvar a
vida do meu filho, o problema foi à demora na transferência e depois os
problemas com a ambulância”.
Secretária de Saúde não recebe a imprensa
A reportagem esteve na Santa Casa de Santa Isabel no dia
oito de janeiro de 2013 e conversou com o diretor Alexandre. Ele explicou que a
Santa Casa não tem ambulância e que esse serviço é prestado pelo município, ou
seja, pela prefeitura de Santa Isabel. Quanto à transferência, o diretor disse:
“A Santa Casa fica na dependência dos Hospitais da região, assim que surge
vaga, o paciente é transferido”. A reportagem esteve no prédio da Secretária de
Saúde de Santa Isabel nos dias oito e nove de janeiro de 2013 para conversar
com a Secretária de Saúde, Arlete Alves da Silva Pinheiro. No dia oito, a
informação era de que a Secretária tinha ido almoçar e estaria em reunião à tarde. À
tarde do mesmo dia, a secretária Arlete entrou em contato telefônico com a
redação para saber o nome do paciente e dos seus genitores. No dia nove, a
recepção da Secretaria da Saúde informou que eu deveria me dirigir até a Assessoria
de imprensa da prefeitura (Paço Municipal) para colher as informações a
respeito do caso. Parece que os funcionários da assessoria de imprensa foram
pegos de surpresa, pois lá ninguém tinha informações sobre o caso.
é muito descaso..um absurdo o tanto de impostos que pagamos, a quantidade de pessoas com convenio médico e mesmo assim não conseguem atender a população..
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