Em todas as campanhas
eleitorais, Abel Larini prometeu construção de creches
Um dos problemas que mais afetam a vida das famílias de
baixa renda em Arujá é a falta de creche. Segundo lideranças comunitárias de
Arujá, só no Parque Rodrigo Barreto passaria de 300 as famílias que estão sem
creches. Eles lembram que nas campanhas eleitorais, o atual prefeito promete construção
de creches, mas no seu quarto mandato como prefeito, ele nunca resolveu o
problema. As mães reclamam que sem ter onde deixar as crianças, elas não podem
trabalhar fora. Outras mães que trabalham se arriscam e deixam seus filhos
menores aos cuidados dos maiores, que em vez de brincar são obrigados a cuidar
dos irmãozinhos menores. Outras mães
deixam as crianças com mulheres que cobram para cuidar dos pequenos, e outros
simplesmente deixam com vizinhos.
A situação no município é tão crítica, que no Parque
Rodrigo Barreto as creches clandestinas estão se proliferando, ou seja, uma
dona de casa cobra para cuidar das crianças, uma sala da casa é adaptada para
acomodar os pequenos. Como se vê, a situação é dramática e perigosa, pois, segundo
especialistas sobre o texto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
crianças aos cuidados de outras crianças, ou aos cuidados de parentes e
vizinhos correm maior risco maior de sofrerem acidentes, inclusive abusos
sexuais. Rosemeire, 30 anos, moradora do Parque Rodrigo Barreto, disse que as
informações nas creches todos os anos é a mesma coisa, ou seja, não há vagas.
Carina disse: “Moro no Barreto, tenho duas crianças, uma de dois anos e nove
meses e outra de seis meses. Quando a gente procura a creche, eles sempre dizem
que é para esperar por uma vaga que nunca vem. Sem creche não tenho como
trabalhar”. Ana Paula, 22 anos, é outra
mãe que aguarda vaga em uma creche. “Meu bebê fica com minha mãe, para que
possa trabalhar”.
Várias mães disseram que não adianta a prefeitura
disponibilizar creches de meio período. “Não adianta nada, como é que vou trabalhar
das 8h00 às 17h00 se meu filho fica meio período na creche”. Outra mãe que não
quis se identificar, disse que isso só acontece em Arujá. “As creches existem
justamente para que as mães possam trabalhar, como é que a prefeitura oferece
creche de meio período, é óbvio que tem que ser de período integral”. Um político
da cidade, disse que isso é o reflexo do desinteresse dessa administração pelas
questões sociais. “Veja o que acontece com saúde, a falta de creche, escolas
deficientes”, etc.
Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA)
Uma ex-conselheira do Conselho Tutelar de Arujá,
disse o seguinte sobre a falta de creches no município. “O artigo 53 do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), diz que a criança e o adolescente
têm o direito a educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa,
preparo para o exercício de sua cidadania. A criança e o adolescente também têm
direito ao acesso à escola pública gratuita próxima de sua residência.
O ECA também
estabelece como dever do Estado, ou seja, da Prefeitura (Executivo Municipal)
assegurar atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de
idade, portanto, é importante que as coordenadoras de creches avaliem cada caso
da necessidade de vagas individualmente levando em consideração o que é melhor
para a criança que é detentora do direito.
Quando o Conselho Tutelar contesta e direciona
esforços para conseguir vaga para uma criança, na realidade está fazendo seu
devido papel que é zelar pelos direitos da criança e do adolescente. Em Arujá
parece que o prefeito não está preocupado com as nossas crianças e o Conselho
Tutelar, tudo leva a crer é inoperante. Lamentável em todos os sentidos”.
Abaixo, fotos de algumas mães que residem no Parque Rodrigo Barreto e não
conseguem vagas para matricular seus filhos.
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