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Eucaliptos centenários foram derrubados. Queda de eucaliptos danificou e destruiu ávores nativas |
A prefeitura está sendo acusada de ter cometido um dos
maiores crimes ambientais de toda a história de Arujá, bem no coração da
cidade, área onde está instalado o Fórum do município. Várias árvores foram
derrubadas, nem mesmo espécies nativas foram respeitadas. Além de eucaliptos
centenários, foram cortados Ipês, Pau Brasil e Quaresmeiras. Afora isso, não
houve preocupação para que os enormes troncos de eucaliptos danificassem – com
a queda – as árvores nativas. O local é área de APP, pois também abriga uma
nascente de água. Se não bastasse isso, a morte de um gambá fêmea com seus
filhotes mostra que o local é (ou era) moradia de animais silvestres de pequeno
porte. O suposto crime ecológico se deu
no feriado prolongado do dia 1º de maio (sexta, sábado e domingo). O Juiz
Diretor do Fórum de Arujá Sandro Cavalcanti Rollo solicitou à Secretaria do
Meio Ambiente a poda dos eucaliptos, e não o corte das árvores. Documento do próprio Meio Ambiente desmente o
Secretário José Abílio, quando ele afirmou à imprensa que apenas 13 árvores
(todas eucaliptos) haviam sido cortadas, quando na verdade, nos papéis do processo administrativo da Secretaria do Meio
Ambiente está claro que há pedidos para
cortes de árvores nativas também. A
Secretaria do Meio Ambiente também mentiu quando disse para a imprensa que uma
empresa do município de Santa Isabel é que teria realizado o corte das árvores. A empresa que fez o serviço de corte e remoção dos troncos chama-se
Madeireira Jatobá e está localizada no município de Mogi das Cruzes, e quem teria negociado com essa empresa foi o Ciro Doi, conforme palavras do Secretário. Uma
Associação do Barreto já entrou com uma ação no Ministério Público de São Paulo
contra a prefeitura, e a ONG Salvar registrou um Boletim de Ocorrência na
delegacia do Meio Ambiente de Guarulhos. Além da ONG Salvar, o vereador Paraíba
Car (PSDC) afirmou que entrará na justiça, por entender que trata-se de
um crime ambiental.
Secretário do Meio Ambiente declarou
que apenas 13 eucaliptos haviam sido cortados por estarem doentes
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Além de eucaliptos, muitas árvores nativas foram derrubadas |
A alegação da Secretaria do Meio Ambiente para a remoção de
13 eucaliptos era de que os mesmos se encontravam doentes com presença de brocas
e cupins em seus troncos não convenceu ninguém na cidade. Os troncos dos eucaliptos
tinham aparência sadia. A página 13 do documento (processo administrativo da
Secretaria do Meio Ambiente para o corte das árvores), assinado pela técnica em
meio ambiente Renata Souza está registrada que depois de realizado vistorias no
local, “constatou-se a necessidade de remoção de diversos indivíduos arbóreos,
conhecidos popularmente por Quaresmeiras, Spatodias, Paineiras, Embaúbas e
Pau-Jacarés”. A técnica não informa a quantidade, mas somente os nomes das
espécies que seriam cortadas. Interessante,
que no mesmo processo, depois da página 25 aparece outra página 13, com um
texto manuscrito da mesma Renata Souza. “Dessa vez ela informa que serão
suprimidas as seguintes árvores: sete eucaliptos, duas Quaresmeiras, três
Pinus, uma Spatodia, uma Paineira, uma Embaúba, um Pau Jacaré e uma espécie não
identificada, ao todo 16 árvores”. Lembrando que a Secretaria informou que
foram cortados apenas 13 eucaliptos. Tudo levar a crer que houve uma fraude na
confecção do processo administrativo da prefeitura, pois o documento teria sido
remontado com duas páginas 13.
Secretaria não informa valor das
toras, que foram “doadas” para Madeireira em troca de serviço
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Morte de gambá, mostra que local também é (ou era) moradia de animais silvestres de pequeno porte |
Através de um pedido do COMDEMA (Conselho Municipal de
Defesa do Meio Ambiente de Arujá) foi solicitado uma vistoria técnica
independente, realizada no dia sete de maio. Através desse documento chegou-se
à conclusão que foram cortados 63 pés de árvores, desmentindo, portanto, a
Secretaria do Meio Ambiente que informou que apenas 13 pés de eucaliptos tinham
sido suprimidos. De acordo com o documento
só eucaliptos foram derrubados 29 pés. As espécies Quaresmeira e Tapiá foram oito pés cada.
Também foram derrubados três Paus Jacarés, dois Paus Brasil e dois Jerivás.
Também foi cortado um pé de Jacarandá e um Ipê, além de três Café-Bravos e dois
Cedros Brancos, e mais um Candeinha e uma árvore Sete-Folhas. O Secretário do
Meio Ambiente declarou à imprensa que em troca do serviço dos cortes das
árvores, a prefeitura doou as toras para uma empresa de Santa Isabel. Entretanto,
foi apurado que a empresa que efetuou o corte está sediada em Mogi das Cruzes - Madeireira Jatobá. O Secretário José Abílio não
declarou o valor das toras que foram “doadas” para a madeireira, afinal, é
evidente que as madeiras oriundas das árvores que saíram de Arujá serão
comercializadas.
ONG SALVAR E COMDEMA de Arujá apontam
falhas grotescas nos cortes das árvores
Segundo membros da ONG SALVAR e do COMDEMA, suprimir
vegetação maciça arbórea, e em área de APP (com nascente) é competência de
órgão estadual (CETESB). Árvores – com o agravante de serem centenárias – em
locais públicos é patrimônio histórico do município. No corte das árvores do terreno do Fórum, não
foi levado em conta o valor histórico e cultural da única área verde municipal
que foi doada ao município, na região central da cidade. O COMDEMA, a ONG
SALVAR e a população quer saber qual foi o valor arrecadado com a espoliação do
patrimônio público? ( corte das árvores). Também é relatado pelas entidades
que a prefeitura não confeccionou um laudo de caracterização de vegetação e da
Fauna. Outra argumentação é que não foi efetuado um contrato com a empresa
“operadora” devidamente analisada pelo “corpo jurídico” da prefeitura e
incluído um seguro de danos pessoais em caso de acidentes.
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