terça-feira, 23 de junho de 2015

EVANGÉLICOS INVADEM CÂMARA DE ARUJÁ E PROTESTAM CONTRA PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, E A “IDEOLOGIA DE GÊNERO”


Até o Diabo entrou na dança e foi hostilizado na Câmara de
Arujá
A Câmara de Arujá recebeu no dia 22 de junho um dos maiores públicos de toda sua história. O público, munido de cartazes e faixas – a maioria composta de evangélicos, apesar de católicos também se fazerem presentes – compareceu à sessão ordinária para protestar contra o Plano Municipal de Educação (PME) que ia ser votado e que estaria contaminado pelas ideias do LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis). O que estimulavam os presentes a protestar era o medo de que se implantassem na grade curricular da rede municipal de ensino de Arujá, a “Ideologia do Gênero”. Os comentários no Plenário lotado iam, desde, “eles querem ensinar que homem beijar homem é normal, o mesmo relacionado à mulher”, ou que “as meninas podem assumir o lado masculino, e os meninos podem assumir uma postura feminina”. Uma mulher que dizia ser evangélica (da Igreja Assembleia de Deus), falou que é um absurdo ensinar nas escolas que o homossexualismo é coisa normal. Muitas dos presentes atacaram “aquela gente do LGBT, que quer acabar com as famílias e as tradições, implantando o desrespeito e a imoralidade”. Na verdade, apenas e tão somente uma palavra foi mudada no Plano Municipal de Educação, ou seja, depois que a sessão foi suspensa por 10 minutos, os vereadores voltaram e anunciaram que a palavra “diversidade” foi trocada pela palavra “dificuldade”. “Ampliar e garantir formação aos profissionais da educação das pessoas com dificuldades...”. “Garantir formação inicial e continuada que respeitem as pessoas com dificuldades...”. A emenda modificativa retirou apenas a palavra “diversidade”, apesar de muitos dos presentes, inclusive pastores de diversas igrejas evangélicas que compareceram à Câmara, insistirem que a palavra “Gênero” aparecia diversas vezes na propositura inicial.
Manifestatantes tomaram de assalto dependências da
Câmara e protestaram contra a "Ideologia do
Gênero"

Circo: Plenário da Câmara não é local adequado para ladainha religiosa

Vereadores paralisaram sessão por 10 minutos e resolveram o
problema através de emenda modificativa
O que se viu no Plenário da Câmara de Arujá na noite do dia 22 de junho, é uma pequena realidade de como se comporta os Pastores evangélicos deste país. Estava claro que a maioria das pessoas que lotavam o Plenário, não tinham informações sobre o PME, eram massa de manobra dos ilustríssimos Pastores evangélicos (mais de um a dezena deles se encontrava na Câmara, inclusive a esposa do Deputado Federal Roberto de Lucena). Os comentários homofóbicos, preconceituosos e discriminador contra o LGTB propagavam na Câmara. E para piorar, a Câmara virou um circo quando a massa começou a rezar no Plenário, como se estivesse num culto religioso ou numa Igreja. É evidente que o Plenário da Câmara não é o local adequado para ladainha religiosa. Não contentes, ainda gritavam palavras de ordem mais do que gastas, “o povo unido jamais será vencido”. Até o Diabo entrou no dança e foi hostilizado através de um cartaz. Na verdade fizeram um temporal num copo d’água, não havia razões para tanto protesto e tanto circo, mesmo porque uma única palavra foi mudada na MPE. 


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