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Até o Diabo entrou na dança e foi hostilizado na Câmara de Arujá |
A Câmara de
Arujá recebeu no dia 22 de junho um dos maiores públicos de toda sua história.
O público, munido de cartazes e faixas – a maioria composta de evangélicos,
apesar de católicos também se fazerem presentes – compareceu à sessão ordinária
para protestar contra o Plano Municipal de Educação (PME) que ia ser votado e
que estaria contaminado pelas ideias do LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis). O que estimulavam os presentes a protestar era o medo de que se
implantassem na grade curricular da rede municipal de ensino de Arujá, a “Ideologia
do Gênero”. Os comentários no Plenário lotado iam, desde, “eles querem ensinar que
homem beijar homem é normal, o mesmo relacionado à mulher”, ou que “as meninas
podem assumir o lado masculino, e os meninos podem assumir uma postura feminina”.
Uma mulher que dizia ser evangélica (da Igreja Assembleia de Deus), falou que é
um absurdo ensinar nas escolas que o homossexualismo é coisa normal. Muitas dos
presentes atacaram “aquela gente do LGBT, que quer acabar com as famílias e as
tradições, implantando o desrespeito e a imoralidade”. Na verdade, apenas e tão
somente uma palavra foi mudada no Plano Municipal de Educação, ou seja, depois
que a sessão foi suspensa por 10 minutos, os vereadores voltaram e anunciaram
que a palavra “diversidade” foi trocada pela palavra “dificuldade”. “Ampliar e
garantir formação aos profissionais da educação das pessoas com dificuldades...”.
“Garantir formação inicial e continuada que respeitem as pessoas com
dificuldades...”. A emenda modificativa retirou apenas a palavra “diversidade”,
apesar de muitos dos presentes, inclusive pastores de diversas igrejas
evangélicas que compareceram à Câmara, insistirem que a palavra “Gênero”
aparecia diversas vezes na propositura inicial.
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Manifestatantes tomaram de assalto dependências da Câmara e protestaram contra a "Ideologia do Gênero" |
Circo:
Plenário da Câmara não é local adequado para ladainha religiosa
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Vereadores paralisaram sessão por 10 minutos e resolveram o problema através de emenda modificativa |
O que se viu
no Plenário da Câmara de Arujá na noite do dia 22 de junho, é uma pequena
realidade de como se comporta os Pastores evangélicos deste país. Estava claro
que a maioria das pessoas que lotavam o Plenário, não tinham informações sobre
o PME, eram massa de manobra dos ilustríssimos Pastores evangélicos (mais de um
a dezena deles se encontrava na Câmara, inclusive a esposa do Deputado Federal
Roberto de Lucena). Os comentários homofóbicos, preconceituosos e discriminador
contra o LGTB propagavam na Câmara. E para piorar, a Câmara virou um circo
quando a massa começou a rezar no Plenário, como se estivesse num culto
religioso ou numa Igreja. É evidente que o Plenário da Câmara não é o local
adequado para ladainha religiosa. Não contentes, ainda gritavam palavras de
ordem mais do que gastas, “o povo unido jamais será vencido”. Até o Diabo entrou
no dança e foi hostilizado através de um cartaz. Na verdade fizeram um temporal
num copo d’água, não havia razões para tanto protesto e tanto circo, mesmo porque
uma única palavra foi mudada na MPE.
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