Não é novidade nenhuma que Arujá não disponibiliza para seus
cidadãos nenhum Hospital, e muito menos um Pronto Socorro Municipal. No
município de Arujá há somente PA (Pronto Atendimento). Segundo informação da
Secretaria de Saúde de Arujá, Clarinda de Fátima Carneiro, hoje, há uma fila de
espera de cirurgia ortopédica com mais de 220 nomes. E para complicar ainda
mais essa demanda reprimida, o Hospital Glória, que ficava no bairro da Liberdade
em São Paulo ,
referência em cirurgias de ortopedia, e que atendia pacientes de Arujá, fechou
as portas. Antes, porém, o governo do Estado já havia cancelado convênio para
atendimento ambulatorial no Hospital Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba. A
situação está crítica para os pacientes arujaenses, pois a maioria dos
Hospitais referências das cidades do Alto Tietê, não está aceitando pacientes
de Arujá. Tem pessoas que aguardam cirurgias ortopédicas há mais de um ano. É o
caso, por exemplo, do comerciante Ronaldo Tadeu, que mora no Jordanópolis. Há
mais de um ano ele luta para operar o joelho. Ele disse que precisa operar o
menisco e o ligamento do joelho. “Tive a lesão jogando bola. Primeiramente fui
ao Posto de Saúde do Novo Arujá. De lá fui encaminhado para fazer exame de
ultrassom na Clínica da Avenida Amazonas. Depois disso, o ortopedista da Clínica
de Especialidades, informou que eu teria que fazer o exame de Ressonância
Magnética, mas que o exame demoraria cerca de seis meses”. Ronaldo Tadeu, disse
que não foi preciso esperar os seis meses, pois conseguiu, através de
conhecidos, fazer a ressonância magnética no Hospital Geral de Guarulhos. “O
laudo do exame da ressonância magnética provou que eu estava lesionado, e que
necessitava de uma cirurgia. Desde então (de lá para cá já se passaram um ano)
o meu nome está na lista de espera para operar o joelho. Não tenho a mínima
idéia de quando e onde vou ser operado” resigna-se o Ronaldo Tadeu. Entretanto,
devido à lesão, sua vida mudou de rotina. “Não posso mais fazer caminhada, não
posso mais andar de bicicleta, muito menos jogar bola”. Ele disse que pensou em
fazer a cirurgia através de clínica particular, mas quando soube do preço
(cerca de 13 mil reais) recuou. “Sou obrigado a aguardar e ser operado pelo
SUS”, disse.
Demora na cirurgia pode levar mulher, a ficar com seqüelas nos pés
Outro caso que chama a atenção é de uma senhora que precisa
fazer cirurgia nos pés. Ela tem um comércio no centro de Arujá, e não quis se
identificar. Ela disse que seu nome também está numa lista de espera da
Secretaria de Saúde de Arujá. Disse ainda, que está aguardando há cerca de um
ano para fazer a operação. Segundo informações, um médico de Arujá relatou que
o problema dela é grave, e que diante da demora pela cirurgia, os pés da mulher
já estão comprometidos de forma irreversível. Outro problema, ainda relacionado
às cirurgias ortopédicas, diz respeito às pessoas que foram operadas no
Hospital Glória em São
Paulo. “Depois que o hospital fechou, a orientação que recebi
era de que a responsabilidade para o acompanhamento médico era das cidades de
origem dos pacientes”, disse um morador do Parque Rodrigo Barreto, conhecido
por João, que fraturou a perna em dois locais, além de um braço, na
queda de uma laje. “Fiquei sabendo agora que tem que aguardar vaga em um Hospital da região,
para que o médico possa examinar (a evolução) da cirurgia. Só que já avisaram
que não tem vagas. E aí, como é que fica a minha cirurgia, sem acompanhamento
médico, ou fica por isso mesmo?”, pergunta o paciente.
Nota da Secretaria de Saúde
Com relação às cirurgias ortopédicas, a Secretaria de Saúde
de Arujá, informa através de nota o seguinte: “Hoje estamos com problemas na
área de ortopedia de grupo cirúrgico. Existe uma lista de espera de ortopedia
sem solução de 221 pacientes que já foram diagnosticados através de exames, que
o caso é ortopédico cirúrgico. Com o fechamento do Hospital Glória, a situação
se complicou ainda mais, causando demanda reprimida. Muitos pacientes estão
vindos procurar solução na Secretaria de Saúde (de Arujá). Estamos encaminhando
novamente ao médico ortopedista geral/clínico e a Secretaria Estadual de Saúde
está verificando nova oferta de cirurgia ortopédica, considerando que é um
problema crítico em todo o Alto Tietê”.
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