Para fugir da tarifa escorchante, população de baixa renda se vê na obrigação de andar a pé |
Devido aos preços exorbitantes das passagens de ônibus, uma
legião “sem ônibus” vem se formando em Arujá. É fato que já algum tempo, parte
da população de Arujá, fugindo das tarifas caras do transporte municipal,
deixou de usar os ônibus e fazem longos percursos a pé, principalmente para o
centro da cidade.
Por volta das 7 horas da manhã dos dias úteis, é fácil notar
no Parque Rodrigo Barreto, muitos trabalhadores subindo a pé a Avenida Armando
Colângelo sentido centro de Arujá. O mesmo ocorre na Avenida Adília Barbosa
Neves na região dos bairros Jordanópolis e Nova Arujá. No Mirante, e também em
outros bairros a cena se repete. O uso da bicicleta, o aumento da frota de
motocicletas no município, também vai de encontro ao preço escorchante da
tarifa de ônibus. Todo mundo perde com esse aumento da tarifa, os trabalhadores, e também a própria empresa que perde receita através da diminuição de passageiros.
O aumento das passagens de ônibus de R$ 2,80 para R$ 3,40,
que está em vigor em Arujá desde o dia 10 de janeiro, deixou a população
revoltada. Os usuários do sistema municipal de transporte alegam que a maioria
das linhas municipais são curtas, e que o aumento de 21% das tarifas é um
absurdo. Muitos trabalhadores não recebem vale transporte. Desempregados que estão
na informalidade são obrigados a pagar integralmente o brutal aumento das
tarifas de ônibus. Muitos moradores da periferia de Arujá, literalmente, não
tem dinheiro para pagar a tarifa de ônibus. A população alega também que não
existe integração de linhas de ônibus no município.
Os usuários reclamam também de que existem poucos ônibus nas
linhas, e que em muitos bairros, principalmente na zona rural, os coletivos
deixam de circular cedo da noite. Nos finais de semana, em algumas localidades,
como a Vila Arujá, a linha não funciona. No ano passado, o vereador Mano’s
(PSB) apresentou ao prefeito um anteprojeto de lei, solicitando a implantação
de mototáxi no município. Entretanto, não houve interesse por parte do prefeito
Abel Larini (PR) em enviar para a Câmara o projeto de lei.
O mototáxi significaria um transporte alternativo em Arujá,
mais barato do que o ônibus, além de ser mais seguro para o usuário,
principalmente à noite, tendo em vista que a moto deixa o passageiro na porta
de casa. O aumento da passagem de ônibus é decidido em gabinetes, não tem a
participação do povo, nem de entidades, e a planilha dos custos, que motivam o
aumento da tarifa não é divulgada. A população que já paga uma série de
impostos, que vai pagar agora a taxa de iluminação pública, não aguenta mais esse aumento nas tarifas dos ônibus. A população pede mais respeito e transparência do prefeito de Arujá.
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