GERAÇÃO SEM
CRECHE
Esmeralda de Oliveira, residente do Parque Rodrigo Barreto não consegue creche para sua filha de 11 meses |
O prefeito Abel Larini (PR) obteve em
Arujá uma proeza que provavelmente não existe no Brasil. Ele conseguiu deixar como
legado uma geração sem creche. As mães que não conseguiram creche para seus
filhos, hoje não conseguem creches para seus netos. Vinte anos do governo atual
formou uma geração sem creche. Existe uma estimativa hoje de que 1500 famílias
estão com seus filhos fora da creche por simplesmente o município não dispor de
vagas, não dispor de creche.
Em vez de construir creches, o prefeito tirou
da cartola a “ideia genial” de aumentar o número de vagas fracionando o horário
das creches para meio-período. O alcaide esqueceu de combinar com os
empresários de Arujá de que as mães deveriam trabalhar só meio período também.
Na verdade, o prefeito inventou um factoide, um artifício para tentar enganar a
população e dizer que dobrou o número de vagas de creches no município. Todavia,
parece que o golpe não deu muito certo, tendo em vista que a maioria das mães
recusa a oferta de meio período, pois não resolve o problema de quem precisa trabalhar
fora.
Para se ter uma ideia de que creche nunca
foi uma prioridade nos quatro mandatos do atual prefeito, é que as mães que
hoje são avós e que nunca conseguiram vagas de creche para seus filhos, hoje
também não conseguem creche para seus netos. O prefeito criou em Arujá uma
geração sem creche.
“Nunca consegui creche para minha filha, hoje a história se
repete com minha neta”, disse Maria Severina Marques, 47 anos, moradora desde
1985 do Parque Rodrigo Barreto. Outra moradora do Barreto Esmeralda de
Oliveira, disse que tem uma filha de 11 meses fora da creche. Ela salientou que
meio período não resolve: “Não dá nem pra fazer uma faxina”. Outra mãe que não
quis se identificar, relatou que tem um menino de três anos em casa, e mais
dois filhos na Escola de Educação infantil da prefeitura de Arujá que também é
meio período.
Diante do descaso do poder municipal, muitas
mães apelam para as creches clandestinas, quando as crianças são deixadas com
uma “cuidadora de crianças” mediante pagamento mensal. Ocorre também de muitas
mães saírem para trabalhar e deixarem as crianças menores aos cuidados das crianças
maiores. “Crianças que ficam sozinhas em
casa, ou aos cuidados de vizinhos e parentes, correm perigo maior de sofrerem
acidentes ou abusos sexuais”, disse uma ex-Conselheira Tutelar de Arujá.
Ela
acrescentou que a creche é um direito assegurado pela Constituição brasileira e
estimulou as mães a procurar o Conselho Tutelar do município ou a Promotoria
Pública para assegurar o direito que está na lei.
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