segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Na periferia a polícia chega atirando, nos bairros ricos eles chamam os moradores de Doutor


A revista Carta Capital circulou esse mês com uma matéria que reporta declarações polêmicas do Delegado Geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, por ocasião da cerimônia de posse do Fernando Grella Vieira, novo Secretário da Segurança Pública de SP. As declarações do Delegado Geral causaram mal estar nas cúpulas da Polícia Civil e Militar. Entre outras coisas Marcos Carneiro disse que a sociedade acha que matar pobre na periferia é matar o marginal de amanhã. Ele disse ainda: “A gente nunca vê chacinas nos Jardins? Por que será? Porque é tão fácil matar na periferia?”. As declarações não chegam a ser novidade, na periferia a Rota chega chegando, como diz o povão, já nos bairro dos ricos, eles chegam de mansinho e chamam os moradores de Doutor. Pode ser que o abordado seja um mega traficante, um corrupto que já roubou muito dinheiro público, um estelionatário e até um homicida, mas é tratado de doutor. Aliás, o que tem de bandido morando em Condomínios de luxo e bairros nobres é uma beleza, mas são todos doutores. Veja abaixo matéria na íntegra da Revista Carta Capital.  Leia atentamente o que diz o delegado e reflita se com esse tipo de comportamento da policia e de uma grande parte da sociedade boçal que bate palmas para o extermínio de pretos (negros) putas e pobres, conseguiremos levar nossos filhos a algum lugar além da Idade Média e da selvageria. 

Declarações do delegado geral da Polícia Civil causa mal estar nas cúpulas das Polícias civis e militares

Segundo a reportagem da Carta Capital, policiais civis estariam extorquindo membros do PCC. Novo Secretário de Segurança disse que vai botar uma focinheira na Polícia Militar para evitar abusos. Veja na íntegra matéria da Revista Carta Capital no Blog do Rocha: www.rochaalencar.blogspot.com


O delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, criou uma saia-justa na quinta-feira (dia 22 de novembro de 2012) ao afirmar, durante a posse de Fernando Grella Vieira na Secretaria de Segurança do Estado, que moradores da região metropolitana tiveram suas fichas criminais acessadas pelo sistema interno da corporação (Polícia Militar) antes de serem assassinados. Segundo o delegado, as mortes estão acontecendo na periferia porque a sociedade acha que “matar pobre é matar o marginal de amanhã”.

A fala de Carneiro Lima acontece após meses de atritos entre a Polícia Civil e a cúpula da Segurança Pública de São Paulo. Durante a gestão de Antonio Ferreira Pinto, que caiu na quarta-feira (dia 21 de novembro de 2012) diante do crescente número de assassinatos ocorrido no estado em 2012, a corporação foi deixada de lado e as investigações sobre o crime organizado passaram a ser concentradas pela Polícia Militar, sobretudo a Rota. A mudança aconteceu depois que policiais civis foram investigados por envolvimento e extorsão contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Desde então o delegado-geral da Polícia Civil se tornou uma das vozes mais críticas dos planos de segurança do governo Alckmin. Ele verbalizou as queixas mais uma vez ao dizer que as mortes de civis no período têm relação com os assassinatos de 95 policiais desde janeiro, a maioria cometida em seqüência desde setembro.

Para Carneiro Lima, ela legitima a ação dos criminosos responsáveis pela onda de violência na Grande São Paulo. De acordo com reportagem publicada pelo site do jornal Folha de S. Paulo, o delegado diz ver “indícios” de ações de extermínio em São Paulo, mas a polícia ainda não foi capaz de identificá-los.

“A gente nunca teve chacina nos Jardins aqui em São Paulo. Por que será? Por que é tão fácil matar pobre na periferia? Por que ainda existe uma grande parcela da sociedade que acha que matar pobre na sociedade é matar o marginal de amanhã. Isso é uma visão preconceituosa da própria sociedade que encara que essa ação de matar é uma ação legítima. Não é legítima.”

Para Carneiro, é difícil solucionar os crimes em São Paulo porque eles possuem uma lógica diferente de outros lugares do mundo. “Em São Paulo existe um diferencial. Quem tem interesse em matar um único alvo no boteco, muitas vezes mata mais dois ou três inocentes. Daí a dificuldade da polícia chegar à autoria”, afirmou.

O novo secretário, por sua vez, declarou durante a cerimônia de posse que buscará novas formas de atuação policial para combater o crime em São Paulo. “O tempo agora é de trabalho, de muito trabalho”, declarou.

Ainda segundo o jornal Folha de S. Paulo, Grella recebeu a incumbência de botar uma “focinheira” na PM para evitar abusos. O novo Secretário foi procurador-geral do Ministério Público por quatro anos. Com perfil de conciliador, ele foi nomeado em 2008, pelo então governador José Serra e reconduzido ao cargo em 2010.




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