quinta-feira, 30 de julho de 2015

CÂMARA DE ARUJÁ APROVA ATENDIMENTO DOS BANCOS A PARTIR DAS 10 HORAS; ABEL LARINI RECORRE NO TRIBUNAL DE SP, E LIMINAR BARRA PROJETO


Vereador Castelo Alemão vai recorrer do TJ SP que concedeu liminar ao
prefeito de Arujá, que barra atendimento ao público a partir das
10 horas pelos bancos
O prefeito de Arujá Abel Larini (PR) entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de SP para barrar uma lei aprovada por unanimidade pela Câmara de Arujá, que obriga todos os bancos da cidade a atender a população a partir da 10h00. O TJ de SP concedeu liminar favorável ao prefeito. Como se sabe, muitos bancos de Arujá abrem ao público às 11h00. O prefeito alega que é competência exclusiva da União fixar horários das casas bancárias para atendimento ao público. O mais interessante é que pelos menos três bancos já tinham se adequado à lei municipal, e já vinham atendendo a população a partir das 10h00. Agora com a liminar, os bancos votaram a abrir as portas às 11h00. O projeto de lei é de autoria do vereador Castelo Alemão (PTB) e foi aprovado por todos os vereadores no dia 17 de março de 2015. Contrário à propositura, o prefeito vetou o projeto, porém, a Câmara derrubou o veto por 9x5. Os vereadores que votaram a favor do veto do Abel Larini foram o Abelzinho, Cocera Cabelo, Gabriel dos Santos, o Valmir Pé no Chão e o Jussival. O presidente Reynaldinho só vota em caso de desempate. Diante da derrota do prefeito, a Câmara, através do presidente, promulgou a lei, que passou a vigorar. Entretanto, inconformado, o prefeito entrou com ação no TJ de SP alegando inconstitucionalidade da matéria, e lhe foi concedido a liminar. Castelo Alemão, autor do projeto, alegou que o município não vai gastar nenhum centavo com a medida e vai beneficiar a população, inclusive, os bancos, alega o vereador, também não gastariam dinheiro extra com a mudança de horário, tendo em vista que os funcionários continuariam trabalhando seis horas por dia, como determina a lei (das 10h00 às 1600). O vereador Castelo Alemão, disse que vai recorrer da decisão do TJ, e tem esperança que a liminar concedida ao Abel, seja cassada, e que o benefício para a população, seja restituído. Na foto, vereador Castelo Alemão.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

28 DE JULHO, DIA DO AGRICULTOR: PLANTAÇÃO DE VERDURAS JÁ FOI O ALICERCE DA ECONOMIA DE ARUJÁ

Alípio, juntamente com o vereador Castelo Alemão. Ambos trabalharam
 na lavoura quando jovens (Clique em cima e amplie a foto)
O dia do Agricultor é comemorado em 28 de julho. Esta data merece ser lembrada pelos arujaenses, pois a economia de Arujá já foi baseada na agricultura. Segundo o vereador Edvaldo de Oliveira (Castelo Alemão-PTB) que é filho de agricultor e já trabalhou na lavoura, a cidade de Arujá, que já teve praticamente todo seu entorno ocupado com plantações de hortaliças, cresceu e se desenvolveu com o dinheiro saído das chácaras de verduras e legumes. “Nos anos 1960 e até a década de 1980 existiam poucas indústrias em Arujá, o forte era o cultivo de hortaliças, que geravam renda e emprego e até alimentavam o pequeno comércio de Arujá”, disse Castelo Alemão. O vereador relatou que hoje onde se encontra o bairro Nova Arujá (na verdade, uma extensão do bairro do Portão, onde o vereador reside até hoje) era tudo chácara de verduras, a maioria tocada por portugueses e japoneses que vieram trabalhar no Brasil. Ele disse ainda que muita gente  ganhou dinheiro lidando com as verduras, que eram escoadas para o Ceasa de São Paulo, e também vendidas para os feirantes. Castelo Alemão declarou que hoje, devido à especulação imobiliária, devido ao Rodoanel (que vai passar sobre o terreno de várias chácaras) e também às dificuldades expostas aos caminhões de feirantes, as chácaras estão diminuindo. “Os caminhões dos feirantes tem restrições para circular na Avenida Mario Covas e na Avenida Adília Barbosa Neves, região de lavoura, o que fez com que muitos desistissem de comprar hortaliças em Arujá”. Castelo Alemão relatou que a questão de 15 anos começou o declínio das chácaras de verduras. “A partir do século 21, com a o crescimento da cidade e a inevitável especulação imobiliária, chácaras foram vendidas, e no seu lugar foram erguidos prédios e galpões, caso da Avenida Mario Covas”. A reportagem visitou uma chácara do bairro do Portão (próximo da Fatec) onde são produzidos couves, vários tipos de alface, (a crespa é a mais vendida), brócolis, agrião, cenoura, salsa, repolho e couve-flor. Segundo os rapazes que trabalham no local (Edmilson e Cristiano) os meses que mais vendem verduras são os três primeiros meses do ano, pois é época de muita chuva, e a verdura não gosta de excesso de água, então a procura é maior do que a produção.

Chacareiro reclama que vendas estão fracas

Vitor Custódio, 33 anos trabalhando na plantação de verduras

A reportagem também visitou a Chácara do Vitor, localizada no começo da Estrada da Penhinha. Vítor Custódio, 67 anos, disse que trabalha com verduras há 33 anos, 20 anos só em Arujá (na mesma chácara). Além de vários tipos de alface, ele cultiva couve, brócolis, repolho e beterraba. Apesar de gostar do que faz, seu Vitor está desanimado. “Perdi boa parte de meus clientes (donos de supermercados e feirantes), hoje muitas feirantes preferem comprar verduras que vem de algumas cidades do sul de Minas Gerais, em que o preço é mais em conta. As vendas estão fracas”. Além disso, ele relatou que só este ano teve três chuvas de granizo; em uma delas perdeu toda a plantação, acrescentando que já chegou a ter oito funcionários, mas hoje só tem um. Mesmo fraco, ele contou que não vai desistir de plantar verduras, e tem esperança de que as coisas vão melhorar.   

Alface crespa, a que mais vende
Mudinhas de alface, que depois irão para os canteiros
Canteiros de couve, a verdura mais consumida no país
Canteiros de alface americana 
Da esquerda para a direita: os agricultores Cristiano, Edmilson
 e o vereador Castelo Alemão
Verduras já separadas, aguardando os feirantes virem buscar
Canteiros de alface e de cebolinha
Roça de repolho do agicultor Vitor Custódiio, na Penhinha

Canteiros de alface crespo do Vitor










   


sábado, 18 de julho de 2015

PREFEITURA DE ARUJÁ DIZ QUE NOTIFICOU PROPRIETÁRIO PARA PROCEDER LIMPEZA EM TERRENO NO JARDIM PINHEIRO, AGORA AFIRMA QUE ÁREA PODE SER PÚBLICA


Abertura em muro na Rua Júlio Barbosa de Souza propicia
 lançamento de lixo e entulho
Terreno tem área coberta pelo mato
No dia 20 de abril deste ano, a pedido dos moradores do Jardim Pinheiro, foi publicado uma matéria no Blog do Rocha e no jornal Gazeta de Notícias, que relatava problemas em um terreno na divisa dos bairros Jardim Pinheiro e Mirante, em Arujá. O terreno em questão está localizado no quarteirão das Ruas Júlio Barbosa de Sousa, Rua Serra de Bragança e Rua Serra da Canastra. Os moradores reclamavam do abandono da área, que além do mato alto, continha lixo e entulho, tornando-se um local propício para reprodução de roedores, baratas e pernilongos.  Outra queixa das famílias, é que o enorme terreno é aberto, ou seja, não contém muro – apenas uma pequena parte da área localizada na Rua Júlio Barbosa de Souza tem muro, assim mesmo existe uma abertura na qual são lançados lixo e entulho pela população. Outro problema relatado é que à noite homens venderiam drogas no entorno da quadra de esportes que está localizada na frente do terreno, local de pouca iluminação. Moradores informam que o terreno seria particular e que o proprietário é de uma família tradicional da cidade. Dizem ainda que já cansaram de telefonar para a prefeitura pedindo a limpeza da área, sem sucesso. Em abril deste ano, a prefeitura de Arujá, através da Assessoria de Imprensa, em resposta ao questionamento do Blog do Rocha, disse o seguinte: “A Prefeitura de Arujá notificou o proprietário do terreno para que o mesmo providencie a limpeza e a capinação do respectivo imóvel (lote) e a construção de muro frontal e fechamento do lote. O morador tem dez dias, depois do recebimento da notificação, para executar os serviços. Caso não o faça, será aplicada multa no valor de R$2.583,36”. Entretanto, segundo os moradores, nada foi feito e o terreno continua com sempre esteve, sou seja, cheio de mato, lixo, entulho e sem muro.  

Área continua com mato, entulho e lixo. “Se fosse em bairro nobre, prefeitura já teria resolvido problema”




Quadra municipal faz divisa com terreno 
Essa semana, passado dois meses da denúncia, o Blog do Rocha, em novo questionamento à prefeitura sobre o problema, recebeu como resposta, através da Assessoria de Imprensa, o seguinte: “Entramos em contato com a fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente e, pela sua descrição, parece que se trata de uma área pública, que fica atrás de uma quadra da Secretaria Municipal de Esportes. No entanto, para não lhe passarmos uma informação incorreta, peço que por gentileza nos envie uma imagem da localidade para que possamos ter certeza de que estamos falando do mesmo espaço”. Ora, por essa resposta, a prefeitura entrou em completa contradição, tendo em vista que na primeira resposta no mês de abril, a municipalidade informa que notificou o proprietário no sentido de o mesmo fazer a limpeza, capinação e fechamento (através de muro) do imóvel; caso não o fizesse em 10 dias receberia multa no valor de R$ 2.583,36. Ora, a prefeitura afirma que notificou o proprietário e agora diz que o terreno “parece se tratar de uma área pública”. Ainda nessa resposta a prefeitura pede que “seja enviada uma imagem do local”. Na matéria de abril, foram publicadas duas fotos do lote, além disso, a prefeitura é que tem que ir ao local (in loco), fazer uma análise da situação e resolver o problema dos moradores.  Famílias do Jardim Pinheiro que não quiseram se identificar, argumentaram que se o terreno estivesse localizado em bairro nobre ou próximo do centro da cidade, a prefeitura teria resolvido o problema rapidamente, mas como se trata de periferia, de moradores de baixa renda, eles não estão nem aí.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

MORADORES DE RUA DE ARUJÁ FALAM SOBRE SUAS VIDAS; “SOFREMOS PRECONCEITO E SOMOS CHAMADOS DE VAGABUNDOS”



À esquerda, José Edmar Inácio da Cruz (Zé do Mato)  que anda de muletas
por causa de uma fratura no tornozelo, apesar de ter passado por cirurgia. O
outro é o Francisco Chagas (o Chagas) com seu inseparável cachorro.
(Clique e amplie a foto)
Durante dois dias (12 e 13/07), conversei com vários moradores de rua de Arujá. O maior grupo dorme próximo da rodoviária, outros passam a noite na Praça do Coreto, além de outros ficarem dispersos pelo centro da cidade.  Não se sabe ao certo quantas pessoas vivem nas ruas em Arujá, mas os próprios mendigos avaliam que na área central da cidade são mais de 30 pessoas. 

No domingo (12/06) seis mendigos se encontravam próximos da rodoviária, cinco homens e uma mulher, dois estavam dormindo. A maioria dos homens mostrava barba grande, o semblante sofrido e a fisionomia de alcoólatra. Com o grupo seus pertences, roupas e cobertores sujos e rasgados, além de dois inseparáveis cachorros, gordos. Questionado como “se virava” nas noites frias deste inverno, José Edmar Inácio da Cruz (Zé do Mato), 55 anos, disse que dorme no Posto de Gasolina em frente da rodoviária, e que não passa frio, ele usa vários cobertores. Zé do Mato, relatou ainda que nasceu em Itapipoca (CE) e que mora em Arujá há 40 anos. Ele disse que foi um dos primeiros moradores do Parque Rodrigo Barreto (veio em 1979) e que tem duas casas no referido bairro. Um filho e uma filha (casados) residem nas casas dele, e que os outros filhos também moram em Arujá.  “Fui tecelão (tecelagem) no Bom Retiro (SP) durante 25 anos”, falou Zé do Mato. Questionado porque abandonou a profissão e virou morador de rua, ele se limitou a dizer, que “perdi o juízo, fiz besteiras, mente fraca”. Questionado das dificuldades de se viver na rua, Zé do Mato falou que está acostumado com o preconceito das pessoas e nem liga quando é chamado de vagabundo. Por outro lado, diz que ele (e o grupo) ganham  marmitex e lanches, com a ressalva de que não é todo dia. 

Outro morador de rua, Francisco das Chagas dos Santos, 42 anos, conhecido por Chagas, contou à reportagem que é duro viver nas ruas. “Além de discriminação, sofremos muitas privações”. Ele disse que quem ajuda os moradores de rua é uma instituição religiosa de Arujá (Casa Espírita Fraternidade da Luz) localizada na Estrada da PL. “Todo sábado, eles pegam a gente de carro e nos levam até a igreja, lá a gente toma banho, almoça, recebe roupas e sapatos, e ainda pode fazer a barba”. Chagas contou que tem pessoas que doam comida, mas não é todo dia. Chagas contou ainda que não se dá bem com a família, por isso está na rua. “Sou jardineiro, carpinteiro e mecânico de carro”, disse. 

Nesse momento da entrevista, uma mulher se aproximou do grupo e ofereceu um cobertor que estava dentro de um plástico. Chagas, sem titubear, agarrou o presente. A doadora do cobertor é Kely Cristina. Ela estava voltando do trabalho (é empregada doméstica em um condomínio de Arujá) e ia pegar o ônibus para casa, bairro Mirante. A única mulher moradora de rua do grupo estava visivelmente embriagada. Com dificuldade de se articular, ela se identificou como Claudia Rocha, 44 anos, natural de Três Corações, cidade de Minas Gerais. Ela disse que tem um filho de 19 e uma filha de nove anos que estão aos cuidados de familiares. Perguntada por que e quando passou a residir nas ruas, ela começou a chorar, e o Zé do Mato pediu para encerrar a entrevista.

Maioria é alcoólatra


A direita, Kely Cristina, com os moradores de rua. Moradora do Mirante,
ela deu um cobertor para o Chagas, que está sobre os joelhos dele
Outros moradores de rua conversaram com a reportagem, entretanto se negaram a informar os nomes e não permitiram que fossem fotografados. As histórias são parecidas. Mesmo com a escalada da violência no Brasil, eles dizem que não tem medo de dormirem ao relento, e que Arujá é tranquilo. Durante a entrevista em frente da rodoviária, um rapaz novo de idade, me questionou com rispidez. Ele queria saber quem eu era, e queria falar (dar entrevista) de qualquer jeito. Todavia, como se negou a informar o nome, eu disse que não o entrevistaria. Assim que o mesmo se afastou, os outros confirmaram que ele é morador de rua, mas que é ex-presidiário. Também ficou claro que o grupo não é de andarilhos, pois vivem nas ruas de Arujá há muitos anos. Alguns deles têm problemas de pele, “tipo alergia que coça”, falaram. “Acho que é doença de pombo”, disse um deles, “a prefeitura podia dar um remédio pra gente”, concluiu. Deu para perceber que pelo menos os mendigos que foram ouvidos não gostam de falar do passado, não dão muito detalhes da vida particular, principalmente o motivo que os levou a viverem nas ruas, levando-se em consideração que todos tinham casa e família, e que os mesmo não têm perspectivas de saírem das ruas. A maioria admite que ingere cachaça, ou seja, que são alcoólatras.