terça-feira, 2 de abril de 2013

Mães reclamam que não podem trabalhar por falta de vagas de creche em Arujá

Em todas as campanhas eleitorais, Abel Larini prometeu construção de creches

Um dos problemas que mais afetam a vida das famílias de baixa renda em Arujá é a falta de creche. Segundo lideranças comunitárias de Arujá, só no Parque Rodrigo Barreto passaria de 300 as famílias que estão sem creches. Eles lembram que nas campanhas eleitorais, o atual prefeito promete construção de creches, mas no seu quarto mandato como prefeito, ele nunca resolveu o problema. As mães reclamam que sem ter onde deixar as crianças, elas não podem trabalhar fora. Outras mães que trabalham se arriscam e deixam seus filhos menores aos cuidados dos maiores, que em vez de brincar são obrigados a cuidar dos irmãozinhos menores.  Outras mães deixam as crianças com mulheres que cobram para cuidar dos pequenos, e outros simplesmente deixam com vizinhos.

A situação no município é tão crítica, que no Parque Rodrigo Barreto as creches clandestinas estão se proliferando, ou seja, uma dona de casa cobra para cuidar das crianças, uma sala da casa é adaptada para acomodar os pequenos. Como se vê, a situação é dramática e perigosa, pois, segundo especialistas sobre o texto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), crianças aos cuidados de outras crianças, ou aos cuidados de parentes e vizinhos correm maior risco maior de sofrerem acidentes, inclusive abusos sexuais. Rosemeire, 30 anos, moradora do Parque Rodrigo Barreto, disse que as informações nas creches todos os anos é a mesma coisa, ou seja, não há vagas. Carina disse: “Moro no Barreto, tenho duas crianças, uma de dois anos e nove meses e outra de seis meses. Quando a gente procura a creche, eles sempre dizem que é para esperar por uma vaga que nunca vem. Sem creche não tenho como trabalhar”.  Ana Paula, 22 anos, é outra mãe que aguarda vaga em uma creche. “Meu bebê fica com minha mãe, para que possa trabalhar”.

Várias mães disseram que não adianta a prefeitura disponibilizar creches de meio período. “Não adianta nada, como é que vou trabalhar das 8h00 às 17h00 se meu filho fica meio período na creche”. Outra mãe que não quis se identificar, disse que isso só acontece em Arujá. “As creches existem justamente para que as mães possam trabalhar, como é que a prefeitura oferece creche de meio período, é óbvio que tem que ser de período integral”. Um político da cidade, disse que isso é o reflexo do desinteresse dessa administração pelas questões sociais. “Veja o que acontece com saúde, a falta de creche, escolas deficientes”, etc.

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Uma ex-conselheira do Conselho Tutelar de Arujá, disse o seguinte sobre a falta de creches no município. “O artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), diz que a criança e o adolescente têm o direito a educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício de sua cidadania. A criança e o adolescente também têm direito ao acesso à escola pública gratuita próxima de sua residência.

 O ECA também estabelece como dever do Estado, ou seja, da Prefeitura (Executivo Municipal) assegurar atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade, portanto, é importante que as coordenadoras de creches avaliem cada caso da necessidade de vagas individualmente levando em consideração o que é melhor para a criança que é detentora do direito.

Quando o Conselho Tutelar contesta e direciona esforços para conseguir vaga para uma criança, na realidade está fazendo seu devido papel que é zelar pelos direitos da criança e do adolescente. Em Arujá parece que o prefeito não está preocupado com as nossas crianças e o Conselho Tutelar, tudo leva a crer é inoperante. Lamentável em todos os sentidos”. Abaixo, fotos de algumas mães que residem no Parque Rodrigo Barreto e não conseguem vagas para matricular seus filhos.

 




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