sábado, 23 de maio de 2015

PREFEITURA CORTOU MAIS DE 60 ÁRVORES NO FÓRUM DE ARUJÁ. CASO PODE TER SIDO MAIOR CRIME AMBIENTAL DA CIDADE


Eucaliptos centenários foram derrubados. Queda de eucaliptos
danificou e destruiu ávores nativas
A prefeitura está sendo acusada de ter cometido um dos maiores crimes ambientais de toda a história de Arujá, bem no coração da cidade, área onde está instalado o Fórum do município. Várias árvores foram derrubadas, nem mesmo espécies nativas foram respeitadas. Além de eucaliptos centenários, foram cortados Ipês, Pau Brasil e Quaresmeiras. Afora isso, não houve preocupação para que os enormes troncos de eucaliptos danificassem – com a queda – as árvores nativas. O local é área de APP, pois também abriga uma nascente de água. Se não bastasse isso, a morte de um gambá fêmea com seus filhotes mostra que o local é (ou era) moradia de animais silvestres de pequeno porte.  O suposto crime ecológico se deu no feriado prolongado do dia 1º de maio (sexta, sábado e domingo). O Juiz Diretor do Fórum de Arujá Sandro Cavalcanti Rollo solicitou à Secretaria do Meio Ambiente a poda dos eucaliptos, e não o corte das árvores.  Documento do próprio Meio Ambiente desmente o Secretário José Abílio, quando ele afirmou à imprensa que apenas 13 árvores (todas eucaliptos) haviam sido cortadas, quando na verdade, nos papéis do  processo administrativo da Secretaria do Meio Ambiente está  claro que há pedidos para cortes de árvores nativas também.  A Secretaria do Meio Ambiente também mentiu quando disse para a imprensa que uma empresa do município de Santa Isabel é que teria realizado o corte das árvores. A empresa que fez o serviço de corte e remoção dos troncos chama-se Madeireira Jatobá e está localizada no município de Mogi das Cruzes, e quem teria negociado com essa empresa foi o Ciro Doi, conforme palavras do Secretário. Uma Associação do Barreto já entrou com uma ação no Ministério Público de São Paulo contra a prefeitura, e a ONG Salvar registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia do Meio Ambiente de Guarulhos. Além da ONG Salvar, o vereador Paraíba Car (PSDC) afirmou que entrará na justiça, por entender que trata-se de um crime ambiental.

Secretário do Meio Ambiente declarou que apenas 13 eucaliptos haviam sido cortados por estarem doentes
Além de eucaliptos, muitas árvores nativas foram derrubadas
A alegação da Secretaria do Meio Ambiente para a remoção de 13 eucaliptos era de que os mesmos se encontravam doentes com presença de brocas e cupins em seus troncos não convenceu ninguém na cidade. Os troncos dos eucaliptos tinham aparência sadia. A página 13 do documento (processo administrativo da Secretaria do Meio Ambiente para o corte das árvores), assinado pela técnica em meio ambiente Renata Souza está registrada que depois de realizado vistorias no local, “constatou-se a necessidade de remoção de diversos indivíduos arbóreos, conhecidos popularmente por Quaresmeiras, Spatodias, Paineiras, Embaúbas e Pau-Jacarés”. A técnica não informa a quantidade, mas somente os nomes das espécies que seriam cortadas.  Interessante, que no mesmo processo, depois da página 25 aparece outra página 13, com um texto manuscrito da mesma Renata Souza. “Dessa vez ela informa que serão suprimidas as seguintes árvores: sete eucaliptos, duas Quaresmeiras, três Pinus, uma Spatodia, uma Paineira, uma Embaúba, um Pau Jacaré e uma espécie não identificada, ao todo 16 árvores”. Lembrando que a Secretaria informou que foram cortados apenas 13 eucaliptos. Tudo levar a crer que houve uma fraude na confecção do processo administrativo da prefeitura, pois o documento teria sido remontado com duas páginas 13.

Secretaria não informa valor das toras, que foram “doadas” para Madeireira em troca de serviço 
Morte de gambá, mostra que local também é (ou era) moradia
de animais silvestres de pequeno porte
Através de um pedido do COMDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Arujá) foi solicitado uma vistoria técnica independente, realizada no dia sete de maio. Através desse documento chegou-se à conclusão que foram cortados 63 pés de árvores, desmentindo, portanto, a Secretaria do Meio Ambiente que informou que apenas 13 pés de eucaliptos tinham sido suprimidos.  De acordo com o documento só eucaliptos foram derrubados 29 pés. As espécies Quaresmeira e Tapiá foram oito pés cada. Também foram derrubados três Paus Jacarés, dois Paus Brasil e dois Jerivás. Também foi cortado um pé de Jacarandá e um Ipê, além de três Café-Bravos e dois Cedros Brancos, e mais um Candeinha e uma árvore Sete-Folhas. O Secretário do Meio Ambiente declarou à imprensa que em troca do serviço dos cortes das árvores, a prefeitura doou as toras para uma empresa de Santa Isabel. Entretanto, foi apurado que a empresa que efetuou o corte está sediada em Mogi das Cruzes - Madeireira Jatobá. O Secretário José Abílio não declarou o valor das toras que foram “doadas” para a madeireira, afinal, é evidente que as madeiras oriundas das árvores que saíram de Arujá serão comercializadas.

ONG SALVAR E COMDEMA de Arujá apontam falhas grotescas nos cortes das árvores
Segundo membros da ONG SALVAR e do COMDEMA, suprimir vegetação maciça arbórea, e em área de APP (com nascente) é competência de órgão estadual (CETESB). Árvores – com o agravante de serem centenárias – em locais públicos é patrimônio histórico do município.  No corte das árvores do terreno do Fórum, não foi levado em conta o valor histórico e cultural da única área verde municipal que foi doada ao município, na região central da cidade. O COMDEMA, a ONG SALVAR e a população quer saber qual foi o valor arrecadado com a espoliação do patrimônio público? ( corte das árvores). Também é relatado pelas entidades que a prefeitura não confeccionou um laudo de caracterização de vegetação e da Fauna. Outra argumentação é que não foi efetuado um contrato com a empresa “operadora” devidamente analisada pelo “corpo jurídico” da prefeitura e incluído um seguro de danos pessoais em caso de acidentes.



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