terça-feira, 5 de maio de 2015

SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DIZ QUE PODA DOS EUCALIPTOS ERA INVIÁVEL E QUE ESPÉCIES APRESENTAVAM DOENÇAS. ELE EXPLICOU TAMBÉM QUE “IDADE AVANÇADA” DOS EUCALIPTOS GERAVAM RISCOS


Em dois dias, cerca de 13 eucaliptos foram derrubados no
Fórum de Arujá 
Todos os antigos pés de eucalipto que estavam localizados no terreno do prédio do Fórum de Arujá foram derrubados. Moradores que residem próximo ao Fórum estimam que os pés de eucaliptos teriam entre 70 e 100 anos de idade. O corte das árvores começou no sábado (dia 2 de maio). Na segunda-feira (dia 4) todas as árvores já estavam no chão. Depois de derrubados, os enormes troncos passaram a ser retalhados através de motosserras, e passaram a ser colocados em caminhões específicos para esse tipo de transporte.  O corte das árvores gerou revolta e indignação aos moradores do bairro Center Ville, e por extensão a toda cidade de Arujá, pois o caso viralizou e se espalhou rapidamente pelas redes sociais (internet). A reportagem conversou com algumas famílias que residem próximo ao Fórum. “Tenho quarenta anos aqui, nasci nesse bairro e os eucaliptos já eram adultos, do mesmo tamanho que estavam até semana passada. Cometeram um crime contra a cidade”, disse uma dona de casa que reside no Center Ville. Uma das primeiras moradoras do Center Ville, uma senhora de 69 anos de idade, falou que os pés de eucaliptos deveriam ter cerca de 100 anos. Ela chorou quando viu as árvores serem cortadas. “Uma judiação, uma estupidez, um pouco da história do nosso bairro e da nossa cidade está indo embora”, disse a mulher. Os moradores dizem que a rapidez com que foram cortadas as árvores foi impressionante. “Será que a rapidez para derrubar os eucaliptos não foi para evitar protestos? Logo num sábado e domingo?", questionou um residente do Center Ville, que concluiu. “Isso não é trabalho de amador, só pode ser uma empresa especializada”.

Depois de duas vistorias, Secretaria do Meio Ambiente decidiu pela supressão das árvores
Moradores do Center Ville dizem que árvores eram
centenárias

Engenheiro Ambiental disse que valor de mercado para esse
tipo de eucalipto é alto
A reportagem conversou com o Secretário do Meio Ambiente de Arujá, José Abílio de Gouveia Teixeira e também com a Assessora Técnica Renata. Segundo a Renata, em janeiro deste ano, o Juiz de Direito e Diretor do Fórum de Arujá Sandro Cavalcanti Rollo entrou em contato com a Secretaria do Meio Ambiente e solicitou um estudo técnico para podar alguns eucaliptos, pois a queda frequente de galhos estava colocando em risco os funcionários e visitantes do Fórum. Vale lembrar que galhos grandes podem ser fatais para o ser humano, além de gerar danos materiais. De acordo com a Renata foi realizada uma primeira vistoria preliminar em janeiro, onde se cogitou a possibilidade de se realizar as podas. Ela salientou que quedas de galhos significam que eles estavam podres. Com a realização de uma segunda vistoria, também feita em janeiro, os técnicos da Secretaria do Meio Ambiente chegaram à conclusão que a supressão das árvores se fazia necessária, tendo em vista que a poda colocaria em risco o equilibro da copa da árvore, ou seja, devido ao desequilíbrio de peso com a poda, as árvores poderiam cair. Além disso, explicou o Secretário José Abílio, foram detectados brocas e cupins nos troncos das árvores, o que vale dizer que algumas das espécies em questão estavam doentes.  A Assessora Técnica Renata, disse que também pesou para a decisão a idade das árvores. Ela explicou que o eucalipto tem vida curta, uma árvore dessa espécie aos 100 anos de idade já é velha, diferente de outras espécies que vivem mais de mil anos, chegando até três mil anos, como é o caso das sequoias dos EUA.

Secretaria disse que prefeitura não tem equipamentos nem servidores preparados para cortar árvores de grande porte

Antes: Árvore majestosa, de poucas
 folhas e mais tronco, virou pó
O Secretário José Abílio, declarou que a prefeitura não dispõe de equipamentos nem de homens para esse tipo de serviço, ou seja, para cortar árvores de grande porte, caso dos eucaliptos. Além disso, salientou o Secretário, os custos financeiros para a prefeitura retirar as árvores também seriam grandes.  Então, através do Secretário Ciro Dói, foi realizado um acordo com uma empresa especializada que topou fazer o serviço em troca das madeiras das árvores. Ou seja, a prefeitura não teve que pagar nada para que a referida empresa cortar e retirar as árvores. Na segunda-feira (dia 4) a reportagem esteve no local acompanhando a remoção dos troncos das árvores. No local, homens trabalhavam freneticamente, conduzindo caminhões trucados com plataformas, outros operavam máquinas com garras que levantavam os troncos do solo, além de outros equipamentos. Questionados, os trabalhadores informaram que a empresa que estava fazendo o serviço era a Madeireira Jatobá, com sede em Mogi das Cruzes, inclusive a placa dos caminhões também era de Mogi, diferentemente do que informou a Assessora Renata, de que a empresa seria de Santa Isabel.  

Prefeitura diz que fará recomposição florestal com mais de 200 espécies nativas no local

Antes: População ficou revoltada com
cortes dos Eucaliptos
A reportagem também conversou com um engenheiro ambiental que pediu para ter seu nome preservado. Ele disse que o valor comercial das toras (troncos) das árvores é alto. Ele calculou que os dois eucaliptos mais altos (um deles, ficava ao lado do prédio principal do Fórum) estaria valendo cerca de 60 mil reais. O Secretário José Abílio enfatizou que a prefeitura não pode comercializar as árvores, e que a preocupação da municipalidade não era com o valor comercial das espécies, mas sim em remover o mais rápido possível os eucaliptos que estariam colocando em risco os funcionários e visitantes do Fórum, isso sem custo nenhum para o erário público, o que vale dizer, dinheiro do contribuinte.  O  Secretário do Meio Ambiente informou que assim que forem removidas todas as árvores e a limpeza do terreno do Fórum for finalizada, começará a plantar cerca de 200 espécies de árvores nativas brasileiras que virão do viveiro municipal, como por exemplo, Pau Brasil, Pau Ferro, Araçá, Ipê Amarelo e Roxo, Sibipiruna, Genipapo e Pau D’alho.


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