quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

MORADORES DO JARDIM PINHEIRO E DO MIRANTE SOFREM COM A FALTA DE ÁGUA


Moradores do Jardim Pinheiro se reuniram para reclamar
do desabastecimento de água no bairro
Os moradores do Jardim Pinheiro e do Mirante (Arujá) estão revoltados com a falta de água. Eles dizem que o bairro, por ser alto, sempre sofreu com o desabastecimento, todavia, alegam que a partir de dezembro de 2014 a situação piorou, está dramática, pois “tem ruas que já chegou a ficar uma semana sem água”. A indignação maior, segundo os moradores, é com relação à postura da Sabesp. “A gente liga para a Sabesp, eles dizem que o abastecimento está normal, inclusive, eles alegam que não receberam nenhuma reclamação sobre falta de água no bairro, portanto, a Sabesp trata os munícipes como se fossem mentirosos”, disse Francisco da Silva, 58 anos, residente a 22 anos do Jardim Pinheiro. Francisco disse que a Sabesp deveria informar o dia ou os dias que faltaria água no bairro, assim as famílias poderiam se programar. “Isso quando eles não dão desculpa de que o sistema está em manutenção, ou que a bomba está quebrada”, relatou uma moradora. A dona de casa Lurdes Gama informou que é normal a água chegar de  madrugada, e muitas vezes a água cai de uma a duas horas, insuficiente às vezes até para encher as caixas d’água dos moradores. Outro morador falou que não consegue mais trabalhar. “Sou pedreiro, e como não tem água, as pessoas não podem construir nem reformar os imóveis, eu dependo do meu trabalho para viver, mas sem água fico desempregado”. Residente há 31 anos do Jardim Pinheiro, Hildebrando, diz que sofre em dobro com a falta de água: “A falta de água leva sofrimento para todo mundo, mas no meu caso, meu pai que tem 93 anos, e, está acamado, fica sem banho, por conta da falta de água. Eu que dou banho nele, mas sem água fica difícil”.  

Falta de água muda rotina da população


A esquerda Lurdes Gama: "É normal faltar água de 3 a 4 dias
no  Jardim Pinheiro"
As donas de casa são as que mais sofrem com a falta de água, pois a limpeza do lar fica bastante comprometido. “Infelizmente, existem casos de os moradores do Jardim Pinheiro ficarem três dias sem tomar banho. Isso é uma humilhação”, relatou uma dona de casa.  Lurdes Gama, que reside na Rua das Perdizes, disse que as famílias compram água para consumo e para fazer comida, e que eles também recolhem água da chuva para limpar a casa e jogar água no vaso sanitário. Ela contou que nos dias mais prolongados de seca nas torneiras, as roupas sujas ficam encostadas, e a louça fica acumulada na pia a espera da água. “A situação está bastante difícil”. As famílias dizem que são obrigados a pagar duas vezes pela água, uma é através da conta da Sabesp e a outra é quando elas adquirem nos comércios, para cozinhar e consumir. “Além disso, pagamos pelo ar que gira o hidrômetro da Sabesp toda vez que falta água, se a população ficou três dias sem água, o justo seria o consumidor deixar de pagar três dias de água”, disse um aposentado. Morador antigo do Mirante, o gesseiro José da Silva, 58 anos, disse que está virando rotina faltar água de três a quatro dias no bairro. “Antigamente isso não ocorria, a população sabe que hoje São Paulo passa por uma seca, mas se faltasse água dia sim, dia não, seria razoável, o que não pode é ficar quatro dias com as torneiras secas”.  Morador do Mirante, o assessor sindical Valdelino Silva, conhecido por Lampião, relatou que as famílias do bairro já ficaram até três dias sem água. “Estamos tomando banho de canequinha. A Sabesp diz que só envia caminhão pipa depois de 24 horas sem água, acontece que a população do Mirante tem amargado três consecutivos sem água”. Lampião disse também que saiu do Mirante e foi buscar água em um sítio em Arujá distante 11 quilômetros. “Essa é a nossa situação”, lamenta.  

Resposta da Sabesp e da prefeitura


Moradores se viram e fazem estoques de água. Muitas
 famílias recolhem água da chuva para lavar a casa e jogar
no vaso sanitário
O jornal Gazeta de Notícias entrou em contato com a Sabesp e a Prefeitura de Arujá. A Sabesp Leste (sediada na zona leste de SP) informou que não existe rodízio de água em nenhum bairro de Arujá. A Sabesp informou também que “ocasionalmente podem ocorrer intermitências no abastecimento”, ou seja, pode ocorrer interrupção momentânea (do abastecimento de água).  A prefeitura de Arujá, através da assessoria de imprensa, disse que tem conhecimento da falta de água no Mirante e Jardim Pinheiro. Disse também que “a Prefeitura tem conhecimento de remanejamento no serviço de abastecimento que afeta diversos municípios paulistas e reforça os pedidos de consumo consciente neste momento de crise hídrica. 

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