sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

COLUNA GAZETA DE NOTÍCIAS

REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Nas últimas semanas o comentário na cidade de Arujá foi a decisão judicial que reintegrará área onde residem mais de 40 famílias no Parque Rodrigo Barreto. A área fica nas Ruas Arnaldo Afonso de Lima (antiga Rua 3) e na Rua Adelino Pereira da  Silva (antiga Rua 4). Outro caso recente que gerou polêmica na cidade, envolvendo mais uma vez a prefeitura e a Imobiliária Continental, foi uma atitude ilegal e desastrada da prefeitura de Arujá que tentou expulsar algumas famílias que construíram suas casas no bairro Centro Residencial. Através de fiscais da municipalidade, acompanhado de aparato policial e viaturas da Guarda Municipal, além de caminhões e um trator, a prefeitura queria derrubar os casebres dos moradores, sem uma decisão judicial. Se não fosse a intervenção enérgica do vereador Paraíba Car (PSDC), com certeza a ilegalidade teria se consumado.

AMEAÇAS
Mas o caso não ficou só na tentativa da ilegalidade. O episódio foi parar na delegacia de Arujá (através de Boletins de Ocorrência) quando os moradores das referidas casas, passaram a sofrer, primeiro, pressão por parte de capangas da Continental para que os mesmos deixassem os imóveis. Da pressão passaram a sofrer ameaças de morte, inclusive, ameaças com armas de fogo que foram apontadas para os trabalhadores e as donas de casa. Segundo uma das vítimas das ameaças de morte (Valdir), uma das pessoas que apontou o revólver, é o marido da ex-vereadora Ariane Luongo, que seria Policial Militar.

IMOBILIÁRIA ALUGA LOTES NO RESIDENCIAL
A imobiliária Continental vem alugando lotes no Centro Residencial pelo valor de 700 reais, em média. O vereador Paraíba Car mostrou para a reportagem cópia de alguns desses contratos, que ele diz serem ilegais, pois a imobiliária Continental estaria com seus bens indisponíveis, e, além disso, existe uma decisão judicial que proíbe a Continental de realizar qualquer transação financeira com lotes, seja no Residencial ou no Barreto. Então, como é que pode a prefeitura de Arujá, ao que tudo indica ao arrepio da lei, tentar desalojar os moradores que estariam ocupando uma área particular, uma área da Continental? Ou seja, a prefeitura através de homens e máquinas, ao tentar tirar no grito alguns moradores de suas casas no Centro Residencial estaria fazendo um serviço particular? Ou seja, será que a prefeitura estaria beneficiando a Imobiliária Continental?

CONSELHO TUTELAR
Na tentativa frustrada por parte da prefeitura de retirar no grito os moradores do Residencial, estranhamente representantes do Conselho Tutelar de Arujá compareceram ao local. O vereador Paraíba Car, disse aos Conselheiros que a presença deles era inútil, pois no local não tinha criança abandonada e nem maltratada, e que as crianças estavam devidamente acompanhadas dos pais. Em outro caso, depois que Oficias de Justiça notificaram os moradores sobre a liminar de reintegração de posse no Barreto, os moradores receberam ligações telefônicas informando que se eles não saíssem de forma pacífica do local, o Conselho Tutelar da cidade “tomaria” a guarda das crianças dos pais. Lamentável, isso ocorrer na cidade de Arujá, terra dos condomínios e onde o prefeito se orgulha de ter o melhor IDH da região. Na verdade, Arujá se parece com uma cidade de Coronéis.

MORADORES AFIRMAM QUE A PREFEITURA SABIA.....
Com relação ao caso de reintegração de posse no Barreto, tudo leva a crer que se trata de fato de área pública, espaço verde (área de APP) e área de risco também. Essa é uma das alegações da Juíza de Direito de Arujá que deu parecer favorável a ação da prefeitura. Cabe salientar que a mesma prefeitura que entrou com uma ação de reintegração da posse, é a mesma prefeitura que sabia que os moradores estavam construindo casas no local, pelo menos é isso que alegam as famílias.

.....QUE CASAS ESTAVAM SENDO CONSTRUÍDAS NO LOCAL
No último pleito municipal, em reunião na antiga Rua 3, em que o prefeito Abel Larini pedia votos para sua reeleição, segundo uma moradora que agora vai perder sua casa, o atual prefeito teria dito “que o pessoal poderia ficar tranquilo que ninguém seria despejado daquela área”. Segundo o vereador Paraíba Car, parte da área em questão sofreu um aterro, inclusive por caminhões da prefeitura, ele tem fotos de caminhões da prefeitura jogando entulho no local.   “O que ocorreu ali, foi conivência da prefeitura que deveria ter impedido desde o início que as edificações lá fossem levantadas”, disse o Paraíba.  

FAMÍLIAS RECEBERAM CARNÊS DE IPTU
A área começou a ser aterrada e aplainada em 2009. Antes, o local era um lixão, os moradores do bairro jogavam lixo e entulho no local. Depois disso, um espertalhão do Barreto começou a vender lotes da área por cinco mil reais.  Os primeiros moradores são de 2010, e a partir daí só fez crescer o número de famílias. A Elektro plantou postes e trouxe energia para o local, e algumas famílias receberam até o carnê de IPTU. De acordo com os munícipes, candidatos a vereador, inclusive alguns que se elegeram, visitavam frequentemente o local para pedir votos. Depois das eleições, a pedido dos moradores, vereadores solicitaram melhorias para a comunidade. Antes de a prefeitura entrar com a vitoriosa ação para reintegrar a área, a Continental já tinha feito o mesmo, sem obter sucesso.

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
Os moradores citam algumas casas que foram construídas também em (suposta) área de APP num morro acima do Rio Jaguari Mirim que divide o Parque Rodrigo Barreto, e que seriam propriedades de familiares do prefeito Abel Larini. Eles dizem que o rigor da lei pra eles funciona, mas para quem tem dinheiro não existe essa lei.

DEFENSORIA PÚBLICA
A Associação Movimento de Moradores do Parque Rodrigo Barreto, através de seu Presidente Joaquim de Macedo e do diretor Honório Rocha, compareceram na Defensoria Pública em SP, relatando o drama de mais de 40 famílias que perderão suas casas. A visita à Defensoria foi no sentido de resguardar direitos sociais para as famílias que serão colocadas para fora de suas casas.


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