domingo, 27 de dezembro de 2015

O DRAMA DAS FAMÍLIAS QUE VIVEM EM UMA ÁREA DE RISCO DENOMINADA BEIRA RIO, EM ARUJÁ


Ivânia Maria da Conceição, moradora há mais de 20 do Beira Rio, diz que
já perdeu as contas de quantas vezes a água entrou em sua casa.
 Ela foi mais uma das vítimas do forte temporal (na noite do dia 23)
e voltou a perdeu pertences para a inundação
Depois da cheia do rio atingir as casas, moradores descartam movéis
inutilizados em via pública
Quando no horizonte as nuvens de chuva se formam, os moradores do Beira Rio ficam apreensivos. Eles sabem que uma chuva um pouco mais forte pode levar o rio a encher e causar inundações em suas casas. As pequenas moradias – a maioria sem acabamento – foram construídas de forma irregular as margens do pequeno curso de água, pior, outras edificações foram erguidas literalmente sobre o pequeno córrego, na divisa dos municípios de Arujá com Guarulhos. O pequeno córrego, em dia de temporal, se transforma num furioso rio que sai do leito, invade as casas e cobre a única rua do bairro. As primeiras casas surgiram – segundo os moradores mais antigos – há cerca de 30 anos. De lá para cá, todos os terrenos foram ocupados, o pequeno córrego ficou assoreado, e passou a receber esgoto lançados diretamente das casas. Uma área invadida, uma área totalmente de risco e uma área altamente insalubre, nunca recebeu atenção dos órgãos públicas, só promessas de solução, principalmente em anos de eleições municipais. O atual perfeito de Arujá que está no quarto mandato, dizia nas campanhas eleitorais que resolveria o problema, entretanto, depois de eleito, a conversa é de que a área não pertence ao município de Arujá, portanto, o problema é de Guarulhos. Os moradores dizem que sempre existiu o boato de que as casas seriam derrubadas, mas que antes, as famílias seriam cadastradas para morar em casas populares do governo do Estado, mas o fato é que as coisas não mudam no local. Todo ano, várias famílias perdem os pertences, todo ano as famílias ficam desamparadas sem assistência da prefeitura de Guarulhos ou de Arujá, um empurra o problema para o outro. As numerosas famílias que residem com seus filhos, argumentam que o CDHU do Jardim Emília – bairro próximo do Beira Rio – já está pronto e que eles é que deveriam ter preferência para morar nos respectivos apartamentos construídos pelo governo do Estado; aliás “essa foi a promessa de vários políticos que visitam a gente nas eleições”, disse uma moradora. A argumentação é que as dezenas de famílias residem no Beira por não ter condições de pagar aluguel.  Alguns moradores apresentaram as contas de água, de luz e telefone que são por Arujá. Uma jovem, disse, inclusive, que as agentes comunitárias da saúde pública de Arujá cadastrou todas as famílias do Beira Rio e a orientação é que as famílias devem utilizar o Posto de Saúde do Jardim Emília, em Arujá.  “Isso aqui é um horror, muitas famílias já perderam todos seus móveis mais de uma vez. As casas são úmidas, a área é cheia de ratos, no calor sem chuva, o rio fede”, disse uma moradora que não quis se identificar. 


A única rua que margeia o córrego do Beira Rio. Do lado esquerdo, casas
construídos sobre o rio. Em dias de chuva forte, "a rua desaparece,
transformando-se em outro rio"

Casa erguida sobre o leito do rio. Quando o rio sobe, a água fica
represada, fazendo que com as casas sofram inundações. Com o tempo
essa casa pode ruir também 

Famílias se utilizam de pontes precárias de madeira. Com as frequentes
inundações, pontes ficam fragilizadas e levam perigo às famílias,
principalmente às crianças

Marca na parede mostra até onde água subiu dentro de uma residência
do Beira Rio

Guarda roupa destruído pela água dentro de uma casa do Beira Rio

Casebres foram levantados rente ao curso de água

Morador descarta em via pública móvel destruído pela enchente 

Família com com 4 adultos e 9 crianças,
teve que ser retirada de dentro de casa pelo
Corpo de Bombeiros no dia 23/12.
Momentos de pânico

Restos de móveis encharcados pela enchente são depositados em via
pública  pelos moradores

Isso é o que sobrou de um quarto. A violência da água, derrubou o cômodo e
lançou o concreto e móveis em terreno aos fundos do rio

Marca na parede denuncia a altura da água dentro de uma casa no
Beira Rio


Três famílias, três mulheres que perderam suas casas. As vizinhas
Vânia Maria, Tatiane e Patrícia Maria tiveram suas casas condenadas
 pela Defesa Civil de Guarulhos. As residências serão
demolidas, pois correm risco de cair a qualquer momento

Moradores reclamam que não apreceu ninguém de Arujá. A pouca ajuda
 que os moradores locais receberam veio de Guarulhos, como algumas

 cestas básicas, produtos de limpeza e colchões

Televisões e outros móveis de vítimas de enchente que irão para o lixo

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