sexta-feira, 9 de setembro de 2016

EM ARUJÁ, MÃES QUE NÃO CONSEGUIRAM VAGAS DE CRECHE PARA SEUS FILHOS, HOJE NÃO CONSEGUEM PARA SEUS NETOS


GERAÇÃO SEM CRECHE

Esmeralda de Oliveira, residente do Parque Rodrigo Barreto não
consegue creche para sua filha de 11 meses
     O prefeito Abel Larini (PR) obteve em Arujá uma proeza que provavelmente não existe no Brasil. Ele conseguiu deixar como legado uma geração sem creche. As mães que não conseguiram creche para seus filhos, hoje não conseguem creches para seus netos. Vinte anos do governo atual formou uma geração sem creche. Existe uma estimativa hoje de que 1500 famílias estão com seus filhos fora da creche por simplesmente o município não dispor de vagas, não dispor de creche.
     
     Em vez de construir creches, o prefeito tirou da cartola a “ideia genial” de aumentar o número de vagas fracionando o horário das creches para meio-período. O alcaide esqueceu de combinar com os empresários de Arujá de que as mães deveriam trabalhar só meio período também. Na verdade, o prefeito inventou um factoide, um artifício para tentar enganar a população e dizer que dobrou o número de vagas de creches no município. Todavia, parece que o golpe não deu muito certo, tendo em vista que a maioria das mães recusa a oferta de meio período, pois não resolve o problema de quem precisa trabalhar fora.
     
     Para se ter uma ideia de que creche nunca foi uma prioridade nos quatro mandatos do atual prefeito, é que as mães que hoje são avós e que nunca conseguiram vagas de creche para seus filhos, hoje também não conseguem creche para seus netos. O prefeito criou em Arujá uma geração sem creche. 

     “Nunca consegui creche para minha filha, hoje a história se repete com minha neta”, disse Maria Severina Marques, 47 anos, moradora desde 1985 do Parque Rodrigo Barreto. Outra moradora do Barreto Esmeralda de Oliveira, disse que tem uma filha de 11 meses fora da creche. Ela salientou que meio período não resolve: “Não dá nem pra fazer uma faxina”. Outra mãe que não quis se identificar, relatou que tem um menino de três anos em casa, e mais dois filhos na Escola de Educação infantil da prefeitura de Arujá que também é meio período.
     
     Diante do descaso do poder municipal, muitas mães apelam para as creches clandestinas, quando as crianças são deixadas com uma “cuidadora de crianças” mediante pagamento mensal. Ocorre também de muitas mães saírem para trabalhar e deixarem as crianças menores aos cuidados das crianças maiores.  “Crianças que ficam sozinhas em casa, ou aos cuidados de vizinhos e parentes, correm perigo maior de sofrerem acidentes ou abusos sexuais”, disse uma ex-Conselheira Tutelar de Arujá. 

     Ela acrescentou que a creche é um direito assegurado pela Constituição brasileira e estimulou as mães a procurar o Conselho Tutelar do município ou a Promotoria Pública para assegurar o direito que está na lei.





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