sexta-feira, 22 de agosto de 2014

NO PARQUE RODRIGO BARRETO, MÃES QUE NÃO CONSEGUIRAM VAGAS DE CRECHE PARA SEUS FILHOS, HOJE NÃO CONSEGUEM PARA SEUS NETOS



Maria Francisca da Silva, 28 anos, moradora do Parque
Parque Rodrigo Barreto, não consegue vaga
 de creche para sua filha de 2 anos 
A Secretaria da Educação divulgou que o município de Arujá tem um déficit de 600 vagas de creche. Esse número está subestimado e seria referente somente ao maior bairro do município, o Parque Rodrigo Barreto. Estima-se que o número de famílias cadastradas a espera de vagas esteja em torno de 1500 famílias. Acredita-se que por falta de informação outras centenas de famílias, desistiram de cadastrar seus filhos na rede municipal. 

Em vez de construir creches, o prefeito Abel Larini (PR) tirou da cartola a “idéia genial” de aumentar o número de vagas fracionando o horário das creches para meio-período. O prefeito esqueceu-se de combinar com os donos de indústria, comerciantes e os profissionais liberais de Arujá de que as mães deveriam trabalhar só meio período também. Na verdade o prefeito criou um factóide, um artifício para tentar enganar a população e dizer que dobrou o número de vagas de creches no município. Mas, parece que o golpe não deu muito certo, tendo em vista que a maioria das mães recusou a oferta de meio período, pois não resolveria o problema, ou seja, elas continuariam sem poder trabalhar. 

Para se ter uma idéia de que creche nunca foi uma prioridade nos quatro (ou seria cinco?)  mandatos do atual prefeito, é que avós do Parque Rodrigo Barreto que nunca conseguiram vagas de creche para seus filhos, hoje também não conseguem creche para seus netos. O prefeito criou em Arujá uma geração sem creche. “Nunca consegui creche para minha filha, hoje a história se repete, minha filha é mãe e não consegue vaga para seu filho”, disse Maria Severina Marques, 47 anos, moradora do Barreto desde 1985. Diante desse fato muitas mães no Barreto saem para trabalhar e deixam crianças menores aos cuidados das crianças maiores, sozinhas em casa, deixam também em casa de parentes e vizinhos, ou então deixam na “creche clandestina”, quando uma dona de casa cobra para cuidar de várias crianças. 

“Crianças que ficam sozinhas em casa, ou aos cuidados de vizinhos e parentes, podem ser vítimas de acidentes ou abusos sexuais”, disse uma ex-Conselheira Tutelar de Arujá. Ela acrescentou que a creche é um direito assegurado na Constituição e estimulou as mães a procurar o Conselho Tutelar do município ou a Promotoria Pública para assegurar o direito que está na lei.

BOLSA CRECHE, MEDIDA PALIATIVA

Para tentar amenizar essa situação de falta de vagas em creches, o vereador Marcio Oliveira (PROS) apresentou anteprojeto para a criação da Bolsa Creche em Arujá. A criação da Bolsa Creche é de responsabilidade do Executivo, mas os vereadores podem apresentar um anteprojeto que poderá ser objeto de estudo por parte da prefeitura. Se aprovado pelo prefeito e pela Câmara, a municipalidade fica autorizada a firmar convênios em entidades filantrópicas, ONGs e Escolas de Educação Infantil. O problema é que a Bolsa Creche é uma medida temporária e emergencial, e as ofertas de vagas serão oferecidas enquanto as crianças aguardam vagas definitivas nas escolas municipais. Então, trata-se de uma medida paliativa. Na verdade o prefeito tem é que construir creches para as famílias arujaenses. 


RESPOSTA DA PREFEITURA DE ARUJÁ
1) Primeiramente, é preciso esclarecer que o atendimento às crianças de 0 a 3 anos, no município de Arujá, é realizado nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI), entidades com cunho pedagógico e preocupadas com o desenvolvimento educacional dos alunos. Assim, temos, atualmente, cerca de 600 crianças aguardando vaga nos CMEIs. 2) Considerando que a educação é direito da criança, ampliamos o atendimento ofertando o período parcial (5 horas). Assim, atingimos um número maior de alunos a serem beneficiados. Ainda assim, temos uma lista de espera, no município, de aproximadamente 600 crianças. 3) O município atende, atualmente, nos CMEIs 1660 crianças. 4) O município dispõe de 14 Centros Municipais de Educação Infantil. 5) Estão previstas as construções de mais 3 Centro de Educação Infantil. 6 Sim, a Creche Acalanto é conveniada. 7) Duas CMEIs atendem somente em período parcial. 8) 426 crianças estão matriculadas em período parcial. 9 ) 12 Centros Municipais de Educação Infantil atendem em período integral. 10) 1234 crianças estão matriculadas em período integral.

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